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Caraterização Demográfica e Socioeconómica

Cabeceiras de Basto - dezembro/2018
 

Introdução

Trata-se da caraterização do concelho de Cabeceiras de Basto no que diz respeito à sua demografia e à situação socioeconómica.


Caraterização Demográfica do Concelho

População

Segundo os dados representados na tabela que se segue, referentes ao ano de 2017, residiam em Cabeceiras de Basto, 15.819 indivíduos, o que representa um decréscimo comparativamente ao ano de 2011 (últimos censos) em 840 indivíduos e menos 1.959 indivíduos que comparativamente ao ano de 2001. Esta situação representa assim uma diminuição da população concelhia residente, sendo esta uma conjuntura que se tem vindo a verificar ao longo dos últimos anos no concelho e no país em geral.

Tabela n.º 1 - População Residente no Concelho de Cabeceiras de Basto, no período de referência dos dados de 2001, 2011, 2013, 2015, 2016 e 2017


Este decréscimo na população concelhia é também verificado através do indicador da Taxa de Crescimento Efetivo que, nos anos em análise, ver tabela nº2, se manteve negativo. Quando analisamos o ano de 2017, verificamos isso mesmo. A Taxa de Crescimento Efetivo % em Cabeceiras de Basto apresenta uma variação negativa de -0,88%, como se pode verificar no quadro representado em abaixo.

Esta variação negativa não se faz sentir única e exclusivamente no concelho de Cabeceiras de Basto, mas tal como é possível analisar a Região Norte e Portugal apresentam também no ano em análise uma variação negativa, respetivamente de -0,23% e -0,18% à exceção do ano de 2001 em que a Taxa de Crescimento Efetivo foi positiva com valores, respetivamente de 0,45% e 0,62%. Estes resultados devem-se a diversos fatores entre eles, a diminuição do número de população no concelho, resultado das migrações e da baixa Taxa Bruta de Natalidade e ainda superior Taxa Bruta de Mortalidade que se faz sentir a nível geral no país assim como no concelho.

O que traduz num maior número de óbitos do que nascimentos no concelho. De referir que estes são os dados mais atuais retirados do INE referentes a este indicador.

Tabela n.º 2 - Taxa de Crescimento Efetivo (%), no Concelho de Cabeceiras de Basto, no Período de Referência dos Dados de 2001, 2011, 2013, 2015 e 2017


No seguimento da análise até então desenvolvida podemos confirmar os dados anteriores, através da análise dos valores da Taxa Bruta de Natalidade e da Taxa Bruta de Mortalidade, representados na tabela que se segue.

Ao analisarmos os dados do ano 2011 (últimos censos) e os dados mais atuais, ano de 2017, e de acordo com o PORDATA, a T.B.N. registou um decréscimo, ou seja, 7,8% para 6,8%, o que representa estatisticamente que atualmente no concelho nascem em média aproximadamente 7 nados-vivos por cada 1000 habitantes.

No que à Taxa Bruta de Mortalidade diz respeito esta continua a ter valores superiores à Taxa Bruta de Natalidade tendo-se registado entre 2011 e 2017 um aumento do número de óbitos, respetivamente 11,0% para 12,1%, o que representa em análise estatística, o registo de aproximadamente 12 óbitos por cada 1000 habitantes no concelho no ano de 2017.

Tabela n.º 3 - Taxa Bruta de Natalidade e Taxa Bruta de Mortalidade, no Concelho de Cabeceiras de Basto, do Período de Referência dos Dados de 2001, 2011, 2013, 2015 e 2017


Desta forma, o comportamento da natalidade e da mortalidade em Cabeceiras de Basto, ou seja, o fato de o número de óbitos superar o número de nados vivos potencia fortemente o ritmo regressivo da população do concelho.
Esta situação resulta assim, de forma geral na não renovação da geração podendo-se dizer que, morrem cada vez mais pessoas do que aquelas que nascem no concelho.

Importante referir que, a Taxa Bruta de Natalidade tal como a Taxa Bruta de Mortalidade são indicadores bastante importantes na análise estatística de um local geográfico, e é neste seguimento que, pretendemos continuar a análise da população concelhia seguidamente no que concerne ao indicador do Índice Sintético de Fecundidade nos anos de 2011 e 2017.

Como podemos verificar, através da observação do quadro subsequente, relativo ao Índice Sintético de Fecundidade, não se tem verificado alterações mantendo-se na média de aproximadamente um filho por mulher no concelho o que traduz numa média bastante baixa.

Tabela n.º 4 - Índice Sintético de Fecundidades, no Concelho de Cabeceiras de Basto, no Período de Referência dos Dados de 2011, 2015 e 2017


Ao analisarmos a distribuição da população residente no concelho por sexo, podemos aferir, segundo os dados mais atuais encontrados no Instituto Nacional de Estatística referentes ao ano de 2017, representados na tabela que se segue, que a população concelhia é maioritariamente feminina, representando um total de 8.196 mulheres, o que se traduz em aproximadamente 52% da população total do concelho. Enquanto que, a população masculina é representada por um total de 7.623 homens, ou seja, 48% da população total cabeceirense, situação que também se verificava no ano de 2001 e 2013, ou seja, uma maior predominância do sexo feminino.

A análise da situação do concelho de Cabeceiras de Basto não difere da situação atual que se verifica na Região Norte e em Portugal em geral, onde a população é maioritariamente feminina nos três anos em análise, ou seja, 2001, 2013 e 2017.
 No que se refere à divisão da população concelhia por grupo etário e no seguimento dos dados do INE relativos aos anos de 2011, 2013 e 2017 podemos verificar no seguimento da análise anterior, através do quadro mencionado que, a população concelhia H/M, tem permanecido maioritariamente no grupo etário entre os 25-64 anos caracterizando assim por uma população adulta/idosa.

Continuando assim no seguimento do que se tem verificado na Região Norte e Portugal, onde nos três anos em análise é possível ver a predominância do maior número de população no mesmo grupo etário, isto é, 25-64 anos, respetivamente com 5.560.656 e 1.992.433 indivíduos nesse grupo etário.

Tabela n.º 5 - População Residente (n.º) por Local de Residência, Sexo e Grupo Etário (Por Ciclos de Vida), no Período de Referência dos Dados de 2001, 2013 e 2017


Quando analisamos a situação separadamente entre homens e mulheres podemos verificar que, segundo os dados retirados do Instituto Nacional de Estatística relativos a 2017, tanto os homens como as mulheres na sua maioria pertencem ao grupo etário entre os 25-64 anos respetivamente com um total de 4.186 e 4.416 indivíduos relativamente ao caso concelhio.

No que diz respeito ao grupo etário com menor número de indivíduos quer nos homens quer nas mulheres encontra-se no grupo etário dos 15-24 anos, com um total de indivíduos, respetivamente de 1.085 e 968.

Tabela n.º 6 - População Residente (n.º) por Local de Residência, Sexo e Grupo Etário (Por Ciclos de Vida), no Período de Referência dos Dados de 2001, 2013 e 2017


Em suma, e na linha de análise desenvolvida podemos aferir que, o concelho de Cabeceiras de Basto tem vindo ao longo dos últimos anos a registar uma diminuição da população concelhia que poderá ter como resultado a maior integração da mulher no mercado de trabalho o que leva consequentemente a um Índice Sintético de Fecundidade tal como mencionado anteriormente bastante baixo, assim como, num menor número de casamentos, esta informação pode ser analisada nos dados referentes aos casamentos celebrados no concelho sendo possível ver, segundo o PORDATA que, nos anos de 2011 e 2017, este número tem diminuído passando de 82 casamentos celebrados em 2011 para 59 casamentos em 2017.

Desta forma, Cabeceiras de Basto não tem sido diferente ao que às questões analisadas dizem respeito acompanhando a situação que se tem verificado a nível Nacional e na Região Norte.


Atividade Económica

A caracterização do dinamismo da atividade económica do concelho passa, necessariamente, pela análise da relação existente entre o indivíduo e a atividade económica por ele desenvolvida, considerando, para o efeito, a sua situação perante o mercado de trabalho e ainda o tipo de atividade que desenvolve, isto é, o setor de atividade onde se enquadra a profissão que desempenha.

Tabela n.º 7 - População Residente Economicamente Ativa, Segundo as Taxas de Atividade em 2001, 2011 e 2017


Ao analisarmos a taxa de atividade nos dois momentos considerados – 2001 e 2017, detetamos uma descida da taxa de atividade em todas as unidade territoriais em análise. Através do INE e do Pordata foi possível uma análise mais atual referente a 2017, no entanto só relativa a Portugal e à Região Norte. Não sendo possível analisar a situação concelho no que à questão da atividade da população no concelho.

É de assinalar, ainda, que a taxa de atividade global entre 2001 e 2017 sofreu um decréscimo em ambos sexos, mas mais acentuado na população masculina.

Será importante evidenciar que, continuam a ser as mulheres a nível geral que têm o menor valor percentual neste indicador e o concelho de Cabeceiras de Basto não é exceção (análise entre 2001 e 2011).

Da análise aos indicadores relativos ao desemprego, em 2001 e 2017 (tabela 8), para as unidades territoriais em estudo pode-se verificar que, Portugal e a Região Norte registaram um decréscimo significativo do desemprego.

Tabela n.º 8 - População Residente Desempregada, Segundo as Taxas de Desemprego em 2001, 2011 e 2017


A informação supracitada relativa à Taxa de Desemprego (%) tendo por fonte o INE e o INE diz respeito aos últimos dados mais atuais encontrados. No entanto, e no seguimento da análise e desenvolvimento deste documento é-nos possível verificar através do IEFP (Instituto do Emprego e Formação Profissional) uma atualização mais recente ao que a este indicador diz respeito, designadamente no que se refere ao caso concelhio.

Esta informação encontra-se descrita no quadro em baixo representado em que é possível estabelecer uma análise comparativa entre janeiro e outubro de 2018 (dados atuais à recolha de informação disponíveis).

Como é possível verificar na análise do quadro existem atualmente no concelho de Cabeceiras de Basto 800 inscritos dos quais 295 são homens e com um número superior 505 mulheres. No que se refere à categoria “situação à procura de” a maioria da população concelhia inscrita encontra-se à procura de novo emprego com um total de 688 indivíduos. Isto pode-se traduzir, pelo facto de cada vez mais as pessoas estarem sujeitas a perder os seus postos de trabalho e verem-se obrigadas, muitas vezes já em idades avançadas, a procurar um novo emprego. No que se refere à população à procura do 1º emprego é a categoria atribuída maioritariamente aos jovens que, após finalizarem a sua formação escolar encontram-se desempregados e assim, à procura do 1º emprego.

Na análise comparativa entre janeiro de 2018 e outubro de 2018 (dados mais atuais do IEFP – Estatísticas) é possível verificar que o número de desempregados inscritos no Centro de Emprego diminui ao longo do ano de 886 no mês de janeiro para 800 desempregados inscritos no mês de outubro de 2018 situação que poderá prever um decréscimo da taxa de desemprego no ano de 2018 no concelho como se faz sentir no país e na região norte.

Tabela n.º 9 - Desemprego Registado no Concelho, Segundo o Género e a Situação Face à Procura de Emprego, no Período de Referência dos Dados de outubro de 2018


No que concerne à distribuição da população ativa por setores de atividade, verificamos, no período entre 2001 e 2017 (tabela 10), uma redução muito significativa em todos os setores (primário, secundário e terciário).

De mencionar, no entanto que foi o setor primário o que registou uma maior quebra percentual. Passando de 12,6% em 2001 para 7,3% uma descida em quase metade do valor verificado em 2001.

Importante também referir que ao contrário do que se verificou em anos anteriores, o setor secundário registou uma significativa diminuição, contrariamente ao setor terciário que tem vindo ao longo dos tempos a registar consecutivos aumentos tal como se pode verificar no quadro em análise, registando-se um acréscimo percentual de 13,9% do total dos indivíduos considerados economicamente ativos.

Tabela n.º 10 - População Residente Economicamente Ativa e Empregada por Setor de Atividade, em 2001 e 2011


Para uma melhor perceção das atividades económicas do concelho, importa considerar as empresas sediadas em Cabeceiras de Basto, em particular a sua distribuição e número, por atividade desenvolvida (tabela 11).

Relativamente ao contexto económico em que o concelho se insere, pode-se dizer que na Região Norte, há uma maior concentração das empresas no comércio por grosso e a retalho, mobilizando este setor cerca de aproximadamente 20% do total das empresas existentes na Região.

Seguem-se, claramente, as empresas ligadas à agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, as quais representam, na Região Norte, cerca de 13,4% seguido das atividades administrativas e dos serviços de apoio, que representam cerca de 11,1%, do total das empresas existentes na Região Norte.

De acordo com a tabela 11, em 2016, existiam 1 488 empresas sediadas no concelho de Cabeceiras de Basto. Do total dessas empresas, cerca de 25,7% pertenciam ao setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, seguindo-se o comércio por grosso e a retalho, com 20,4% do total das empresas.

Entre 2011 e 2016 (último ano disponível para análise), verificou-se um aumento do número de empresas sediadas no concelho, passando de 1 217 para 1 488 (+1279 empresas), tal como aconteceu para a Região Norte em que se verifica um aumento em 38.923 empresas.

No concelho de Cabeceiras de Basto, entre 2011 e 2016 o paradigma mudou completamente, passou-se do comércio por grosso e a retalho como setor de atividade preponderante com 330 empresas sediadas no concelho no ano de 2011, para a maior concentração de empresas nas áreas da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca com um total de 382 empresas no ano de 2016.

Tabela n.º 11 - Número de Empresas não Financeiras, por Setor de Atividade, entre 2011, 2012, 2013, 2014 e 2016


Conclusões Finais

Desta forma, e em modo de considerações finais, ao trabalho desenvolvido neste documento, foi possível analisar de uma forma sucinta a situação atual do concelho de Cabeceiras de Basto ao que diz respeito à caracterização demográfica e socioeconómica.

De toda a análise estatística desenvolvida, com base em dados recolhidos do Instituto Nacional de Estatística e do Pordata foi possível retirar os principais pontos de análise, entre eles:
  • O facto de a população do concelho ter vindo ao longo dos últimos anos a diminuir;
  • Esta diminuição é verificável através do indicador da Taxa de Crescimento Efetivo que entre 2001 e 2017 tem sido negativo, (2017 (-0,88%));
  • Maior número de óbitos do que nascimentos no concelho, com uma Taxa Bruta de Natalidade de 6,8% e Taxa Bruta de Mortalidade de 12,1%;
  • As mulheres no concelho continuam a ter em média 1 filho, observável através do indicador do Índice Sintético de Fecundidade;
  • A população concelhia é maioritariamente feminina perfazendo um total de 51,8% da população (dados de 2017) situação não distinta do resto do país e Região Norte;
  • A população do concelho H/M encontram-se maioritariamente agrupados no grupo etário entre os 25-64 anos, com um total de 8.602 indivíduos no ano de 2017;
  • Decréscimo da Taxa de Atividade no concelho dados comparativos entre 2001 e 2011;
  • Diminuição significativa da taxa de desemprego entre 2011 com 14,5% para 2017 com 9,8% no país;
  • Diminuição da taxa de desemprego nas mulheres a nível nacional passando de 13% em 2011 para 9,4% em 2017 no caso geral - Portugal;
  • Maior percentagem de desemprego nas mulheres, em 2017 com 9,4% e os homens 8,4% no caso geral - Portugal;
  • A maioria da população desempregada no concelho registada pelo IEFP encontra-se na sua maioria á procura de “novo emprego”, sendo maioritariamente os jovens a pertencer ao indicador á procura do “1º Emprego”;
  • Diminuição dos desempregados inscritos no Centro de Emprego entre janeiro de 2018 e outubro de 2018, dados disponíveis no momento da recolha de informação, respetivamente de 886 para 800 no caso concelhio;
  • Quebra do setor primário em todos os locais geográfico em análise, no caso concelhio passou de 12,6% em 2001 para 7,3% em 2011 (dados mais atuais);
  • Consecutivos aumentos no setor terciário a nível do país, região norte e Cabeceiras de Basto passando de 43,3% em 2001 para 57,2% em 2011;
  • No ano de 2016 existiam 1 488 empresas sediadas no concelho;
  • Aumento do número de empresas no concelho, entre 2011 e 2016, respetivamente de 1.217 para 1.488, ou seja, mais 1.279 empresas;
  • 25,7% das empresas no concelho são na sua maioria pertencentes ao setor da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca seguida com 20,4% do total das empresas do setor do setor do comércio por grosso e a retalho.
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